Hoje, partilho convosco uma reflexão que considero ser ainda pertinente neste início de 2025: um excerto do texto que escrevi para o relatório/playbook The Future of Vegan Fashion: Key Insights for 2025, a convite da colega polaca Catherine Nhung, fundadora da revista polaca Vegan Fashion Repository.
O convite não surgiu de um interesse imediato na moda como mero fenómeno de vestuário, mas antes da necessidade de aprofundar a compreensão do sistema de tendências – um campo que tenho vindo a desenvolver sob a lente dos Estudos de Cultura. A emergência de novas tendências, por vezes redundante na sua designação, é um fenómeno que transcende a efemeridade do consumo e manifesta-se como um espelho dos processos culturais e sociais.
Conheci a Catherine na Polónia, num dos meus regressos anuais ao país, e, desde então, temos vindo a conversar sobre os papéis da ciência, da cultura e das tendências no desenho de sociedades mais equitativas, acessíveis e democráticas. A moda, enquanto sistema cultural, insere-se neste debate com um impacto transversal: é simultaneamente um campo de expressão estética e um instrumento de contestação, circulação de valores e ressignificação identitária.
No artigo que aqui partilho, discuto as dinâmicas culturais subjacentes à moda vegan e sustentável, analisando o seu potencial para subverter modelos de consumo linear e introduzir práticas circulares. Entre os tópicos abordados, destaco a ascensão do re-commerce, a necessidade de narrativas autênticas para combater o greenwashing e o papel da nostalgia como resistência à lógica descartável do fast fashion. Procuro também retratar a personalização e a curadoria emergentes, sublinhando a importância destes dispositivos centrais para um consumo mais consciente, através da co-criação e do storytelling.
É por este motivo que acredito na urgência de estimular o pensamento crítico sobre as tendências: não como caprichos passageiros, mas como processos de transformação cultural capazes de moldar os modos como percebemos e interagimos com o mundo.
Deixo-vos, portanto, um link para o ensaio publicado na primeira edição da revista/playbook.
Um abraço.
Conheci a Catherine na Polónia, num dos meus regressos anuais ao país, e, desde então, temos vindo a conversar sobre os papéis da ciência, da cultura e das tendências no desenho de sociedades mais equitativas, acessíveis e democráticas. A moda, enquanto sistema cultural, insere-se neste debate com um impacto transversal: é simultaneamente um campo de expressão estética e um instrumento de contestação, circulação de valores e ressignificação identitária.
No artigo que aqui partilho, discuto as dinâmicas culturais subjacentes à moda vegan e sustentável, analisando o seu potencial para subverter modelos de consumo linear e introduzir práticas circulares. Entre os tópicos abordados, destaco a ascensão do re-commerce, a necessidade de narrativas autênticas para combater o greenwashing e o papel da nostalgia como resistência à lógica descartável do fast fashion. Procuro também retratar a personalização e a curadoria emergentes, sublinhando a importância destes dispositivos centrais para um consumo mais consciente, através da co-criação e do storytelling.
É por este motivo que acredito na urgência de estimular o pensamento crítico sobre as tendências: não como caprichos passageiros, mas como processos de transformação cultural capazes de moldar os modos como percebemos e interagimos com o mundo.
Deixo-vos, portanto, um link para o ensaio publicado na primeira edição da revista/playbook.
Um abraço.


William Cantú teaches at the Department of Arts, Creativity and Culture at the Polytechnic University of Leiria and at IADE. His research is situated within the fields of cultural studies, trend studies, and visual culture, with a particular interest in critically examining how culture functions as a landscape for meaning-making, negotiation, and identity construction. His work explores the intersections between socio-cultural formations, creative practices, and aesthetic discourse, focusing on the cultural analysis of how meanings are produced, shared, and contested within emerging cultural representations.
0 Comentários